Thursday, December 29, 2005

The post below is written in Portuguese, because it is about a blog in Portuguese and I think not very relevant to English reality. I think however that this is a reflection about a split that is now complete - after a week of intensive Portuguese socializing, where I think the only meal alone I had was breakfast on the 26th- I am now completely divided in two with a London persona and a Portuguese one. I tried to resist, as it is my London person that has to finish the PhD thesis, but the Portuguese lifestyle is very persuasive. I think however that I will continue writing just one post rather than, as one friend was suggesting, a Portuguese side and an English one.

Ainda não tinha falado neste blog, talvez porque tinha havido boatos (lançados pelo autor) que ia acabar, mas aqui vai o link para o blog do Vasco Barreto, o Memória Inventada. Gosto particularmente da nota seguinte:

O décimo terceiro trabalho de Hércules
Encontrar uma americana acima dos trinta anos que, não sendo cientista nem camionista, não use regularmente maquiagem.


Não sei se hei-de ficar ofendida ou lisonjeada - estará o Vasco a dizer que as cientistas são tão bonitas que não precisam de usar maquilhagem? Ou então que as cientistas não são mulheres a sério (daí a referência às camionistas?) e portanto não se preocupam com coisas femininas como usar maquilhagem?
Sempre fui contra a ideia que para se ser cientista a sério, não se pode ter tempo de andar bem arranjada e que não há razão para uma secretária, por exemplo, andar mais produzida que uma bióloga. No entanto, realmente, eu sou uma cientista, tenho mais de trinta anos, e não uso maquilhagem regularmente (às vezes por não ter tempo, outras vezes por achar que tenho coisas mais importantes a fazer). Só não sou americana...

Thursday, December 22, 2005

Have finally signed the deeds to my house.

Am now officially in debt for the next 45 years.

Thursday, December 15, 2005

'Beer goggles' effect explained

Alcohol is not the only factor in the beer goggles formulaScientists believe they have worked out a formula to calculate how "beer goggles" affect a drinker's vision.
The drink-fuelled phenomenon is said to transform supposedly "ugly" people into beauties - until the morning after.
Researchers at Manchester University say while beauty is in the eye of the beer-holder, the amount of alcohol consumed is not the only factor.
Additional factors include the level of light in the pub or club, the drinker's own eyesight and the room's smokiness.
The distance between two people is also a factor.
KEY TO FORMULA

An = number of units of alcohol consumed
S = smokiness of the room (graded from 0-10, where 0 clear air; 10 extremely smoky)
L = luminance of 'person of interest' (candelas per square metre; typically 1 pitch black; 150 as seen in normal room lighting)
Vo = Snellen visual acuity (6/6 normal; 6/12 just meets driving standard)
d = distance from 'person of interest' (metres; 0.5 to 3 metres)
They all add up to make the aesthetically-challenged more attractive, according to the formula.
The formula can work out a final score, ranging from less than one - where there is no beer goggle effect - to more than 100.
Nathan Efron, Professor of Clinical Optometry at the University of Manchester, said: "The beer goggles effect isn't solely dependent on how much alcohol a person consumes, there are other influencing factors at play too.
"For example, someone with normal vision, who has consumed five pints of beer and views a person 1.5 metres away in a fairly smoky and poorly lit room, will score 55, which means they would suffer from a moderate beer goggle effect."
The research was commissioned by eyecare firm Bausch & Lomb PureVision.
A poll showed that 68% of people had regretted giving their phone number to someone to whom they later realised they were not attracted.
A formula rating of less than one means no effect. Between one and 50 the person you would normally find unattractive appears less "visually offensive".
Non-appealing people become suddenly attractive between 51 and 100. At more than 100, someone not considered attractive looks like a super model.

Tuesday, December 13, 2005

15/11/2005: A PIMPINHA
No passado fim-de-semana, o semanário português O INDEPENDENTE publicou,discretamente, no seu suplemento VIDA, uma coluna de opinião da autoria deCatarina Jardim. Quem é Catarina Jardim? Nada mais, nada menos do que apopular Pimpinha Jardim.
Voltemos então a Catarina Jardim e à sua coluna no jornal. O título do artigo é TODOS A BORDO, e trata-se - como o nome indica - de um relatodetalhado sobre um cruzeiro a África que a jovem fez.Ela diz, no início "O cruzeiro a África foi uma loucura, pode mesmodizer-se que foi o cruzeiro das festas - como alguns dos convidadoschamavam ao navio em que Luís Evaristo nos presenteou com MAIS UM BeOne onBoard". Gosto da maneira como ela fala, sem explicações nem perdas detempo, de pessoas e iniciativas sobre as quais boa parte dos leitores nãofaz a mínima ideia quem sejam ou no que consistem. Nada contra - isto fazcom que qualquer leitor se sinta cúmplice e rapidamente imerso no universoPimpinha. Adiante.Ficamos a saber que ela esteve em Tânger, e que a experiência foi,possivelmente a mais marcante da vida desta jovem. Passo a ler o que elaescreve:"Tânger é bastante feia, muito suja e as pessoas têm um aspectoassustador."Nunca fui a Tânger, mas já fui a sítios parecidos e subscrevo inteiramenteas palavras de Pimpinha. Malditas pessoas pobres, que só estragam o nossoplaneta com a sua sujidade e o seu ar assustador! É preciso ser-se mesmoruim para se escolher ser pobre, quando se pode ser tão limpo e bonito.Quando se pode ser, em suma, rico.Eu penso que a Pimpinha acertou em cheio na raiz de todos os problemasmundiais da pobreza. Andam entidades a partir a cabeça em todo o mundo apensar nisto, andou a Princesa Diana a gastar tantas solas de sapatos carosa visitar hospitais, capaz de apanhar uma doença, quando nós temos aPimpinha com a solução. Se calhar basta lavar estas pessoas, e talvez -acompanhem-me neste raciocínio; Pimpinha vai ficar orgulhosa de mim - secalhar basta lavar estas pessoas, e em vez de gastar rios de dinheiro amandar comida para África, porque não os Médicos Sem Fronteiras passarem aandar munidos de botox. Botox! Reparem: não é fazer cirurgias plásticas atoda esta gente feia que vive nestes países, porque isso seria demais. Mas,que diabo - botox? Vão-me dizer que não é possível ir de vez em quando aestes sítios e dar botox a estas pobres almas? Como o mundo ficaria maisbonito.Adiante. Pimpinha desabafa, dizendo, sobre as pessoas de Marrocos, "apesarde já ter viajado muito, nunca tinha visto uma cultura assim - e sendo euloura, não me senti nada segura ou confortável na cidade". Talvez. Masvamos supor que trocavam Pimpinha por, vamos supor, 10 mil camelos. Era umbom negócio para o Independente. Dos 10 mil, escolhia, vamos lá, 2 parapassar a escrever a coluna - o que poderia trazer melhorias significativasde qualidade - e ainda ficava com 9 mil 998. O que, tendo em conta quePortugal está a ficar um deserto, pode vir a revelar-se um investimento defuturo.Pimpinha prossegue: "Já em segurança, animou-me a festa marroquina, comtoda a gente trajada a rigor".Suponho que, para a Pimpinha Jardim, "uma festa marroquina com toda a gentetrajada a rigor", tenha sido assim tipo uma festa de Halloween, tendo emconta que os marroquinos são - como a colunista diz umas linhas acima -gente feia como nunca se viu.Adiante. Ela diz: "A seguir ao jantar, mais um festão que voltou a acabarde madrugada". Calma - esclareçam-me só neste aspecto, para eu não meperder. Portanto, houve uma festa, não é? E a seguir, outra festa. OK. Umapessoa corre o risco de se perder nestes cruzeiros, com toda esta variedadede coisas que acontecem.Diz Pimpinha: "Desta vez não deu mesmo para dormir já que fomos expulsosdos camarotes às 9 da manhã, para só conseguirmos sair do navio lá para as14 horas. Tudo porque um marroquino se infiltrara no barco e passara umanoite em grande, uma quebra inadmissível na segurança".Ora bom. Ora bom, ora bom, ora bom, ora bom.Portanto, aqui a questão é: viagens a Marrocos e festas com pessoasvestidas de marroquinos, tudo bem. Agora, se pudessem NÃO ESTAR LÁ osmarroquinos, isso é que era jeitoso. Malditos marroquinos, sempre com amania de estarem em Marrocos. E como é que acontece esta quebra desegurança? Eu compreendo o drama de Pimpinha. É que o facto da segurançadeixar entrar um estafermo marroquino vestido de marroquino, numa festa comgente bonita vestida de marroquina, isso só vem provar que, se calhar, osamigos da Pimpinha não são assim tão mais bonitos do que essa gente feia deMarrocos. E isso é coisa para deixar uma pessoa deprimida. Temos nós anossa visão do mundo tão certinha e de repente aparece um marroquino e umabrecha na segurança... Enfim - nada que uma ida às compras não resolva, aochegar a Lisboa, certo, Pimpinha?Adiante. Diz Pimpinha: "Já cá fora esperava-nos um grupo de policias comcães, para se certificarem de que ninguém vinha carregado de mercadoriasilegais - e não sei como é que, depois de tantos avisos da organização,ainda houve quem fosse apanhado com droga na mala!"DROGA? NUMA FESTA DO JET SET PORTUGUÊS? NÃO! COMO? NÃO. Recuso-me aacreditar. Deve ter sido confusão, Pimpinha. Era oregãos. Era especiarias.Pimpinha Jardim declara: "Mas o saldo foi bastante positivo. Aliás, deviahaver mais gente a arriscar fazer eventos como estes".Gosto desta Pimpinha interventiva. Sim senhor, diga tudo o que tem a dizer.Faça estremecer o mundo. E com assuntos que valham a pena. Aliás, era capazde ser uma boa ideia escrever um e-mail ao Bob Geldof a tentar fazê-lo verque essa história de organizar concertos para combater a pobreza emÁfrica... Para quê? Geldof devia começar era a organizar concertos parachamar a atenção do mundo para a falta de cruzeiros com festas. Isso é queera. Mania das prioridades trocadas. Que maçada.Mesmo no final, a colunista remata dizendo: "Devia haver mais gente aarriscar fazer eventos como estes - já estamos todos fartos doslançamentos, "cocktails" e festas em terra".Aprecio aqui duas coisas: a utilização do "já estamos todos", como sePimpinha voltasse a acolher o leitor no seu regaço como que dizendo: "Sim,tu és dos meus e também estás farto de lançamentos, 'cocktails' e festas emterra. Excepto se fores marroquino, leitor. Se for esse o caso, por favor,exclui-te deste 'todos' ou então vai tomar banho antes, e logo se vê".Depois, é refrescante saber que Pimpinha está farta de lançamentos,'cocktails' e festas. Eu julgava que nos últimos dias a tinha visto emcerca de 250 revistas em lançamentos, 'cocktails' e festas, mas devia seroutra pessoa. Só pode ser. Confusões minhas.Em suma: finalmente, há outra vez uma razão para ler O INDEPENDENTE todasas semanas. Tardou, mas não falhou. Pimpinha Jardim é a melhor aquisiçãoque um jornal já fez em toda a História da Imprensa mundial.
Nuno Markl

Friday, December 09, 2005

beginning of update

Oh dear...
I think I set my personal record for longest time without updating - managed to keep it just under one month! Lots of things to do combined with little access to the net has left me with no opportunity. And now there is no hope of maintaining some kind of chronological sense on my update!

The main thing is that I seem to be living two completely separate lives at the moment - one in Portugal, where I am living in a 4-bedroom flat all by myself, but which has been basically a construction site until today. All my time is occupied with said refurbishments and all the paperwork associated with flat. The little free time I have is spent having meals with friends I have known for at least ten years. The other life is in London, where I split my time between trying to finish my PhD thesis and all the social events that happen there at this time of year. And I camp in friends' living-rooms. I was there for ten days in November and am going there for another eight tomorrow. The difference between these two sets of circumstances is unbelievable (don't forget the already huge difference that exists between living in Porto and London). So if I seem a little split (or completely schizo)next time I see you, that's the reason!

Brief update of my last time in London:
Capoeira workshops and baptizado were great, although I didn't change cords. I have, however, bought a berimbau (the main capoeira instrument, a cane strung with a wire that you pluck with a stick and a gourd at the bottom) and actually managed to learn how to play it a little bit. Parties were also great, in spite of the cold. Lots of interesting conversations at Andy's one, mainly about psychiatry, teaching and climbing. (I now know I'm a zero in climbing sense, i.e, my arm span is exactly the same as my height , which is ok although the best is to have a bigger arm span). The tower bridge seven sins and seven virtues was great as usual, with Jodi and Jane blasting the competition as a peacock (pride) and a kinky burlesque figure (lust). Those photos haven't shown up yet, but you can check past ones here.
And I also managed to work a little bit on my thesis! Feeling guilty as every extra bit of analysis I do, I get one more positive result, which for the small amount of work I'm doing is really not on... Maybe I'm paying for it with this dual life thing...